<font color=0093dd>Crescer em votos e deputados</font>
A campanha da CDU não pára nem abranda. No distrito de Santarém, na quinta-feira da semana passada e na manhã de domingo, as iniciativas demonstraram ser possível alcançar os objectivos traçados pelos comunistas.
«A força da razão garante razão para ter mais força»
O carinho com que foram acolhidas as várias acções de campanha permitem confiar que existem reais possibilidades de reforço do número de votos na CDU e, mesmo esperar a eleição do 2.º deputado à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Santarém. Afinal, é a esperança que nos anima a luta e a força da razão garante razão para ter mais força.
A lado de quem trabalha...
Manhã cedo, encontro marcado com quem trabalha e produz.
No Entroncamento, quinta-feira da semana passada, Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita deslocaram-se às instalações da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) para ouvir as cerca de quatro centenas de trabalhadores operários, quadros técnicos e especializados que ali laboram acrescentando qualificação e valor à economia portuguesa.
De oficina, em oficina, entre linhas, tornos e comboios, a caravana da CDU reafirmou a necessidade de valorizar a produção nacional e os direitos de quem trabalha, duramente atacados nesta legislatura pela aprovação do retrógrado Código de Trabalho, lembraram os candidatos.
As palavras foram recebidas com simpatia por quem sabe que desde sempre conta com os comunistas, todos os dias, não só quando se declara aberta a caça ao voto.
Com o à vontade de quem tem provas dadas, Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita percorreram quase toda a unidade fabril e desdobraram-se em permanentes contactos. Frontal e afável na abordagem, o secretário-geral comunista reiterou a necessidade de manutenção da EMEF, estrutura já ameaçada pela sanha privatizadora das políticas neoliberais que se fizeram sentir com particular brutalidade na destruição e precarização de milhares de postos de trabalho na CP.
«Precisamos de betume para tapar algumas misérias», gracejou Jerónimo antes de partir para Alpiarça com a confiança de quem sente que a voz da CDU circula nos carris da justiça social, por uma mudança a sério.
... e de quem já trabalhou
Já depois do almoço, um encontro com reformados em Alpiarça. Sala cheia e carregada de emoções, ou não fosse esta uma terra onde a luta contra a ditadura fascista se fez sentir com especial tenacidade e coragem, como aliás lembraram Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita nas respectivas intervenções.
A deputada e cabeça de lista da CDU no distrito destacou que «a campanha da CDU é a única que fala a sério e apresenta propostas», ideia reforçada pelo facto de «uma deputada ter realizado mais trabalho e apresentado mais propostas que os restantes nove de outros partidos».
«Ao longo destes três anos, não deve existir localidade ou freguesia que não tenhamos visitado», disse a candidata antes de sublinhar que «os quatro deputados do PSD e o deputado do CDS/PP eleitos pelo distrito de Santarém votaram contra todas as propostas do PCP de cabimentação de fundos para a região no último Orçamento de Estado».
No 6.º distrito do País em número de desempregados onde «muitos jovens altamente qualificados são obrigados a emigrar», Luísa Mesquita avisou os demais candidatos que «não vale a pena virem pedir votos e repetidamente prometerem o que não cumprem».
Atento aos fenómenos que levantam maior inquietação entre a população, Jerónimo de Sousa reafirmou a necessidade do combate ao desemprego e afirmou ser «impensável que os jovens tenham que recorrer às modernas praças da jorna para obterem um emprego precário».
As propostas do PS «com adjectivos carregados de modernidade» não satisfazem nem nesta matéria nem noutras, como o «aumento das pensões para 300 mil reformados quando seria urgente um acréscimo geral beneficiando quase um milhão de pessoas», concluiu Jerónimo.
A este respeito, o secretário-geral comunista lembrou que «foi o PS quem bradou contra o aumento da idade da reforma das mulheres dos 62 para os 65 anos e, uma vez no poder, esqueceu a crítica».
Com a proposta de novo aumento da idade de reforma como alvo, Jerónimo de Sousa questionou: «Como é possível que homens e mulheres que trabalharam e trabalham de sol a sol numa rotina violenta sejam obrigados a continuarem até não poderem mais?».
A resposta veio no balanço de uma outra pergunta. «Quantos pobres são precisos para criar um rico em Portugal?», indagou Jerónimo parafraseando Almeida Garrett.
Ruas cheias de vontade
No final da tarde, a CDU saiu para o centro histórico da cidade de Santarém.
A encabeçar a comitiva, a animação de rua alertava para, o perigo de privatização dos serviços de abastecimento de água naquele e nos concelhos vizinhos.
Do alto da «mãe natureza» - à qual não faltava sequer uma t-shirt do Partido Ecologista «Os Verdes» - brotava um lençol de água agarrado por dois «capitalistas». O «leiloeiro» fazia a licitação dos recursos hídricos do concelho, enquanto o «Zé Povinho» era escorraçado dos seus direitos. «Queres água? Paga!», ouviu-se consubstanciando uma das frases chave da iniciativa: «Pingo a pingo na torneira...alguns enchem a carteira!».
Uma questão local de grande importância para as populações descobria o caminho da CDU pelas rua Capelo e Ivens e depois pela calçada da Serpa Pinto.
Curiosos, transeuntes e comerciantes foram-se juntando à caravana que tinha dificuldade em avançar. Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita responderam a preocupações legítimas, acrescentaram razões para uma mudança a sério e, mais do que pedirem votos, deixaram a todos uma mensagem de esperança, compromisso e combatividade para «mudar e dar a volta a isto», como disse alguém que garantiu que no dia 20 levaria a luta até ao voto.
A jornada da CDU encerrou com palavras de agradecimento de Jerónimo de Sousa pelo entusiasmo prestado por dezenas de activistas, aos quais se juntou, no decurso da caravana, mais um camarada. Jovem estudante mas já consciente da necessidade de agir, aproveitou a presença dos comunistas na rua para aderir à «jota» e deitar mão à obra por uma verdadeira política de esquerda.
Almeirim
Um almoço a sério
Na manhã de domingo, o regresso ao distrito de Santarém para outra acção de rua junto da população, desta feita no recinto da feira escalabitana.
Em Vale de Cavalos, no jardim 25 de Abril, antigo espaço da praça da jorna onde os trabalhadores se amontoavam pelo ganha-pão diário, nova evocação das históricas lutas dos trabalhadores rurais ribatejanos contra a repressão fascista e pela conquista da liberdade.
Numa terra onde o povo «sempre, em todas as eleições, deu a vitória à CDU», Jerónimo de Sousa recordou que «passados 30 anos, muitas das reivindicações e aspirações de Abril continuam por cumprir» e alertou para «o regresso do poder dos grandes senhores».
As reformas de miséria e a pobreza a elas associada mereceu também a atenção do secretário-geral, que manifestou a vontade do regresso aos «ideais de Abril, particularmente no plano económico e social».
Cabe sempre mais um
Entre camaradas e amigos cabe sempre mais um, e quando se trata de repartir o pão é sabido que ninguém o faz melhor e com tanta generosidade como os comunistas.
Em Almeirim, a afluência ao almoço superou todas as expectativas, juntando cerca de 800 apoiantes numa grandiosa expressão de força da CDU.
Tamanha manifestação de vontade de mudança mereceu da parte de Jerónimo de Sousa um sentido agradecimento aos presentes, destacando que «este almoço mostra que afinal a CDU está a crescer», fruto do prestígio dos comunistas e da mensagem da campanha.
Antes, a cabeça de lista pelo distrito, Luísa Mesquita, criticou precisamente a ausência de «clareza» e a «opção pelo vazio» das candidaturas do PS e do PSD na região para concluir dizendo que «agora vêm cá e repetem as mesmas promessas, mas falam, falam, falam, e não os vimos fazer nada. E nós, é claro, ficamos chateados.»
Na iniciativa intervieram também Ana Marques, candidata pelo distrito e membro do Conselho Nacional do PEV, e João Madeira Lopes, do Conselho Nacional da ID. Entre críticas à política de direita, as palavras de Ana Marques e Madeira Lopes sublinharam os reflexos negativos na qualidade de vida das populações do distrito, redobraram apelos à participação de todos no crescimento e reforço eleitoral da CDU, e lembraram os que, desde antes da Revolução de Abril, já dedicavam a vida à luta.
A lado de quem trabalha...
Manhã cedo, encontro marcado com quem trabalha e produz.
No Entroncamento, quinta-feira da semana passada, Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita deslocaram-se às instalações da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) para ouvir as cerca de quatro centenas de trabalhadores operários, quadros técnicos e especializados que ali laboram acrescentando qualificação e valor à economia portuguesa.
De oficina, em oficina, entre linhas, tornos e comboios, a caravana da CDU reafirmou a necessidade de valorizar a produção nacional e os direitos de quem trabalha, duramente atacados nesta legislatura pela aprovação do retrógrado Código de Trabalho, lembraram os candidatos.
As palavras foram recebidas com simpatia por quem sabe que desde sempre conta com os comunistas, todos os dias, não só quando se declara aberta a caça ao voto.
Com o à vontade de quem tem provas dadas, Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita percorreram quase toda a unidade fabril e desdobraram-se em permanentes contactos. Frontal e afável na abordagem, o secretário-geral comunista reiterou a necessidade de manutenção da EMEF, estrutura já ameaçada pela sanha privatizadora das políticas neoliberais que se fizeram sentir com particular brutalidade na destruição e precarização de milhares de postos de trabalho na CP.
«Precisamos de betume para tapar algumas misérias», gracejou Jerónimo antes de partir para Alpiarça com a confiança de quem sente que a voz da CDU circula nos carris da justiça social, por uma mudança a sério.
... e de quem já trabalhou
Já depois do almoço, um encontro com reformados em Alpiarça. Sala cheia e carregada de emoções, ou não fosse esta uma terra onde a luta contra a ditadura fascista se fez sentir com especial tenacidade e coragem, como aliás lembraram Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita nas respectivas intervenções.
A deputada e cabeça de lista da CDU no distrito destacou que «a campanha da CDU é a única que fala a sério e apresenta propostas», ideia reforçada pelo facto de «uma deputada ter realizado mais trabalho e apresentado mais propostas que os restantes nove de outros partidos».
«Ao longo destes três anos, não deve existir localidade ou freguesia que não tenhamos visitado», disse a candidata antes de sublinhar que «os quatro deputados do PSD e o deputado do CDS/PP eleitos pelo distrito de Santarém votaram contra todas as propostas do PCP de cabimentação de fundos para a região no último Orçamento de Estado».
No 6.º distrito do País em número de desempregados onde «muitos jovens altamente qualificados são obrigados a emigrar», Luísa Mesquita avisou os demais candidatos que «não vale a pena virem pedir votos e repetidamente prometerem o que não cumprem».
Atento aos fenómenos que levantam maior inquietação entre a população, Jerónimo de Sousa reafirmou a necessidade do combate ao desemprego e afirmou ser «impensável que os jovens tenham que recorrer às modernas praças da jorna para obterem um emprego precário».
As propostas do PS «com adjectivos carregados de modernidade» não satisfazem nem nesta matéria nem noutras, como o «aumento das pensões para 300 mil reformados quando seria urgente um acréscimo geral beneficiando quase um milhão de pessoas», concluiu Jerónimo.
A este respeito, o secretário-geral comunista lembrou que «foi o PS quem bradou contra o aumento da idade da reforma das mulheres dos 62 para os 65 anos e, uma vez no poder, esqueceu a crítica».
Com a proposta de novo aumento da idade de reforma como alvo, Jerónimo de Sousa questionou: «Como é possível que homens e mulheres que trabalharam e trabalham de sol a sol numa rotina violenta sejam obrigados a continuarem até não poderem mais?».
A resposta veio no balanço de uma outra pergunta. «Quantos pobres são precisos para criar um rico em Portugal?», indagou Jerónimo parafraseando Almeida Garrett.
Ruas cheias de vontade
No final da tarde, a CDU saiu para o centro histórico da cidade de Santarém.
A encabeçar a comitiva, a animação de rua alertava para, o perigo de privatização dos serviços de abastecimento de água naquele e nos concelhos vizinhos.
Do alto da «mãe natureza» - à qual não faltava sequer uma t-shirt do Partido Ecologista «Os Verdes» - brotava um lençol de água agarrado por dois «capitalistas». O «leiloeiro» fazia a licitação dos recursos hídricos do concelho, enquanto o «Zé Povinho» era escorraçado dos seus direitos. «Queres água? Paga!», ouviu-se consubstanciando uma das frases chave da iniciativa: «Pingo a pingo na torneira...alguns enchem a carteira!».
Uma questão local de grande importância para as populações descobria o caminho da CDU pelas rua Capelo e Ivens e depois pela calçada da Serpa Pinto.
Curiosos, transeuntes e comerciantes foram-se juntando à caravana que tinha dificuldade em avançar. Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita responderam a preocupações legítimas, acrescentaram razões para uma mudança a sério e, mais do que pedirem votos, deixaram a todos uma mensagem de esperança, compromisso e combatividade para «mudar e dar a volta a isto», como disse alguém que garantiu que no dia 20 levaria a luta até ao voto.
A jornada da CDU encerrou com palavras de agradecimento de Jerónimo de Sousa pelo entusiasmo prestado por dezenas de activistas, aos quais se juntou, no decurso da caravana, mais um camarada. Jovem estudante mas já consciente da necessidade de agir, aproveitou a presença dos comunistas na rua para aderir à «jota» e deitar mão à obra por uma verdadeira política de esquerda.
Almeirim
Um almoço a sério
Na manhã de domingo, o regresso ao distrito de Santarém para outra acção de rua junto da população, desta feita no recinto da feira escalabitana.
Em Vale de Cavalos, no jardim 25 de Abril, antigo espaço da praça da jorna onde os trabalhadores se amontoavam pelo ganha-pão diário, nova evocação das históricas lutas dos trabalhadores rurais ribatejanos contra a repressão fascista e pela conquista da liberdade.
Numa terra onde o povo «sempre, em todas as eleições, deu a vitória à CDU», Jerónimo de Sousa recordou que «passados 30 anos, muitas das reivindicações e aspirações de Abril continuam por cumprir» e alertou para «o regresso do poder dos grandes senhores».
As reformas de miséria e a pobreza a elas associada mereceu também a atenção do secretário-geral, que manifestou a vontade do regresso aos «ideais de Abril, particularmente no plano económico e social».
Cabe sempre mais um
Entre camaradas e amigos cabe sempre mais um, e quando se trata de repartir o pão é sabido que ninguém o faz melhor e com tanta generosidade como os comunistas.
Em Almeirim, a afluência ao almoço superou todas as expectativas, juntando cerca de 800 apoiantes numa grandiosa expressão de força da CDU.
Tamanha manifestação de vontade de mudança mereceu da parte de Jerónimo de Sousa um sentido agradecimento aos presentes, destacando que «este almoço mostra que afinal a CDU está a crescer», fruto do prestígio dos comunistas e da mensagem da campanha.
Antes, a cabeça de lista pelo distrito, Luísa Mesquita, criticou precisamente a ausência de «clareza» e a «opção pelo vazio» das candidaturas do PS e do PSD na região para concluir dizendo que «agora vêm cá e repetem as mesmas promessas, mas falam, falam, falam, e não os vimos fazer nada. E nós, é claro, ficamos chateados.»
Na iniciativa intervieram também Ana Marques, candidata pelo distrito e membro do Conselho Nacional do PEV, e João Madeira Lopes, do Conselho Nacional da ID. Entre críticas à política de direita, as palavras de Ana Marques e Madeira Lopes sublinharam os reflexos negativos na qualidade de vida das populações do distrito, redobraram apelos à participação de todos no crescimento e reforço eleitoral da CDU, e lembraram os que, desde antes da Revolução de Abril, já dedicavam a vida à luta.